UM POUCO MAIS DA MINHA HISTÓRIA
Guilhermina Rocha, uma intelectual negra de 54 anos, tem uma trajetória impressionante na educação e nos movimentos sociais e sindicais do Rio de Janeiro. Formada em Pedagogia pelo Centro Universitário Celso Lisboa e História, com especialização em Educação pela Universidade Federal Fluminense, a professora dedicou mais de três décadas à luta pelos direitos humanos, educação e direitos trabalhistas.
Desde a adolescência, Guilhermina esteve envolvida em movimentos estudantis, destacando-se como Presidente do Grêmio Estudantil da Escola Normal Carmela Dutra e Vice-presidente da AMES. Na década de 80, foi uma das precursoras na defesa do passe livre estudantil, uma conquista marcante obtida em 1989 com a histórica passeata dos 100 mil. No magistério, sua atuação se deu tanto na rede privada, como Orientadora Pedagógica, quanto na pública, como professora por mais de 25 anos, onde defendeu a inclusão educacional.
Em Rio das Ostras, atuou de forma significativa no desenvolvimento educacional e sustentável do município. Guilhermina trabalhou como coordenadora do desenvolvimento educacional e foi fundamental na criação do Referencial Educacional Curricular de Rio das Ostras (RECRO), que serviu como base para orientar e melhorar a qualidade da educação local. Além disso, atuou no Conselho Municipal de Meio Ambiente e foi presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, colaborando com propostas de políticas públicas voltadas para o município. Liderou o I Fórum de Enfrentamento à Violência Sexual de Crianças e Adolescentes.
Fundou o Centro Cultural de Educação Popular de Rio das Ostras (CEPRO), onde há 16 anos coordena projetos de incentivo à leitura, alfabetização e formação de lideranças comunitárias, impactando diretamente a comunidade local e promovendo a inclusão social e educacional.
Sua trajetória sindical inclui liderança no Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Estado do Rio de Janeiro, onde foi eleita três vezes Coordenadora Geral. Além disso, ocupou cargos importantes na Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), na Central Única dos Trabalhadores do Rio de Janeiro (CUT-Rio) e Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino – Contee.. À frente do Sindicato dos Professores de Macaé e Região (SINPRO) durante a pandemia, Guilhermina lutou pela manutenção dos direitos trabalhistas e liderou a primeira greve da FACRO CNEC. Também participou de uma pesquisa pioneira com a Fiocruz sobre os impactos da pandemia na saúde dos professores da rede privada, resultando em publicações relevantes.
Atualmente, é diretora licenciada da Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino no Estado do Rio de Janeiro (FETEERJ) e do Sindicatos dos Professores de Macaé e Região.
Recebeu homenagem pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro com o Prêmio Zumbi dos Palmares, além de ser laureada com a Medalha Rosa Amélia por sua luta pela saúde dos trabalhadores. Internacionalmente, foi premiada por sua atuação na alfabetização e representou o Brasil no Fórum Social Mundial na Índia. Respeitada em eventos nacionais e internacionais, ela continua a contribuir significativamente para a educação e os direitos humanos no Brasil.
Guilhermina Rocha é um exemplo notável de dedicação e impacto, transformando vidas e comunidades por meio de sua incansável luta por uma educação inclusiva e por direitos sociais. Sua história é um testemunho de resistência, liderança e compromisso com um futuro mais justo e equitativo.